segunda-feira, 21 de junho de 2010

As Três Mortes de ELVIS

Estes dias estava eu analisando...

Como a vida possui ciclos e etapas. São verdadeiras fases distintas que fazem de nossas vidas quase outra existência bem diversa daquela que viviamos tempos atrás. Na verdade, as vezes nem nos reconhecemos como sendo nós aquele indivíduo do passado, seja atravé de fotos ou memórias.
E tal questionamento me veio a mente quando me pus a pensar na vida de Elvis Presley, do qual sou fã, alías nem sequer é dificil perceber isto para aqueles que me conhecem pelo menos um pouco..rs

Buenas, eis que sempre que se fala em Elvis ouve-se falar, "de qual fase seria mais legal ou relevante". O Elvis dos anos 50, ou dos anos 60 ou dos anos 70...

Nesta esteira, analisei a jornada iniciática que foi a vida deste ícone da música. Sem ser biográfico ou ainda sem prender-me a dados fonográficos ou cronológicos de cada passo de sua vida. ´Muito menos entrar nos mérito de seus dotes artísticos. Não é este o objetivo.

Pois bem, Vamos então ao que interessa:

Primeiramente, nos meados dos anos 50, em pleno período de transição do pós-guerra dos anos 40 e do McCarthismo com sua "caça aos comunistas" , em um Estados Unidos conservador, preconceituoso e moralista, surge ElvisPresley, com seu topete e efervescencia juvenil cantando rock´n roll ( encharcado de Blues e musica country) trazendo pra socieddade americana da época uma musicalidade mais vigorosa e sensual, a qual só era permitida aos negros em guetos. Elvis não inventou o rock mas o catalizou e lhe deu "cara", lhe atribuiu persolinalidade e desmarginalizou seu ritmo. Elvis desmantelou os valores moralistas com sua dança e jogo de pelvis. Sua figura tornou-se iconica e se impôs como idolo juvenil e referência como figura de contestação e liberdade. Voz sensual, sorriso malicioso quase cínico capaz de borbulhar os hormonios das garotas adolescentes e contidas daqueles tempos e se tornar modelo de admiração para os jovens. Enfim, Elvis nos anos 50 era sinonimo de inovador, contestador e rebeldia.

Até.... o dia em que seu empresário o Cel. Tom Parker (que aliás nem sequer era "coronel" , mas sim um velhaco astuto, interesseiro, esperto e nada preocupado com ideologias a não ser em fazer de Elvis uma máquina de fabricar dinheiro, ) a fim de torna-lo palatável a sociedade moralista cristã (politicamente correta) e porque não dizer "retirar" o estigma de perigoso e marginal teve a "brilhante" idéia de fazer com que Elvis engrossasse as fileiras do contigente do Exercito Americano. Sim...o idolo rebelde estava servindo ao Exército....E Elvis sempre confiando no velho e "bom" coronel foi para Alemanha servir aos EUA.
Com isto podemos dizer que foi marco que decreta a PRIMEIRA MORTE DE ELVIS. O Elvis que desafiava o sistema não existe mais. Em 1958 sua mãe falece e o fragiliza e apartir de então não mais lhe interessa em "questionar" ou ser rebelde. Encerra-se a decada de 50 com Elvis no Exército e sem questionar mas apenas fazer o papel que tanto o Cel. queria: ao invés de ser o "bad Boy" ser a apartir de então o "bom mocinho" e o Exército coroa esta "aura de bom mocismo". O Elvis rebelde jazia morto.

Elvis como idolo contestador do rock não existe mais nos anos 60 (não estou entrando no merito como artista ) mas eis que Elvis ressurge após o Exercito, renovado e completamente diferente daquele rapaz que revirou o mundo do avesso com sua Pelvis....E surge o Elvis dos filmes de Hollywood, renasce como produto de consumo e como artista multimídia, visto que na época não existia vídeo-clipes, log o cinema Elvis, embalava a sociedade alienada americana e do resto do mundo com canções mais domadas, alheio ao que circulava no mundo undergroud do rock...alheio ao movimento Hippie, a período de ebulição da sociedade por direitos civis, o rock também estava mais consciente e cada vez mais diversificado em ritmos e estilos. E Elvis mesmo sendo um artista incomparável, se entope de bolinhas para aguentar rotinas e de sets de filmagens. eis o Elvis massificado e engolido pelo sistema capitalista e autofágico que engole e consome ávido qualquer produto que lhe colocam na prateleira. Elvis era um produto.
Elvis em 1968, farto de ser um produto resolver voltar a ser o que sempre foi: cantor... e se reiventa como artista e retorna triunfante aos palcos, de preto, costeletas, voz rasgada e pronto a retomar sua coroa como Rei dos palcos. O Elvis ator, produto e Mocinho "fake" de cinema com canções para embalar roteiros fracos de mátines está morto. Eis a SEGUNDA MORTE de ELVIS.
Surge a decada de 1970 e com ela, também um outro Elvis e, tal qual uma Fenix renascida das cinzas, renovado (Esta capacidade de se reiventar acho admirável em Elvis...) agora ressurgindo como Artista, performer e principalmente músico. Cantor por excelência capaz de eletrizar audiencias. Aparência fenomenal, tal qual um heroi da Marvel com seus macacões e roupas cênicas incríveis (as famosas jumpssuits) além de estar acompanhado de uma banda imbatível. Seu repertório renovado lhe coloca novamente no topo e em evidência.
A decada de 70 é a mais profícua época de Elvis como artista e cantor. Nesta decada fez a primeira transmissão via satelite de um show...o famoso e estupendo Aloha from Hawaii. No entanto, também agora, nesta época, Elvis se coloca como Rei que passa a viver em sua própria realidade, no seu proprio mundo de futilidades e de uma trupe de aduladores dispostos a nunca contrariar as vontades do Rei Elvis. Não havia espaço para outro sistema de vida a não ser o "sistema Elvis". Sua esposa Priscilla não aguentou este ritmo de vida e pediu divórcio. Em 1973 estão definitivamente separados.
Se nos anos 50 Elvis surgiu contrariando o Sistema vigente enos anos 60 Elvis passou a fazer parte do sistema agora nos anos 70 elvis simplesmente passou a ditar seu próprio sistema.

Elvis nos anos 70, por conta do voraz Coronel passou a ser uma máquina de shows, máquina de entretenimento. Vazio em sua vida pessoal mas brilhante nos seu shows e suas roupas de espetáculos agora a serviço do show bizz. Escravizado em contratos de shows wm Casinos e hoteis finos e requintados tornaram a vida de Elvis num suplício a fim de cumprir a longa e extenuante rotinas de shows.
Elvis ao final da decada estava exausto, triste, muito acima do peso e dependente de medicamentos para as mínimas necessidades físicas (remedios para dormir, acordar, evacuar, calmantes, etc).
Em 1977, Elvis Presley o exaurido e triste artista jazia morto. Seu corpo físico não mais vivia. Em 1978 Elvis vendia mais discos morto do que quando vivo.
A partir de sua morte o então endividado Elvis, com seu passamento, faturava mais do que nunca e o seu espólio que antes preocupava-se em como pagar dividas agora rendia-se aos lucros. Elvis agora renascia para a vida Eterna como mito e ícone.

Elvis o artista que morreu tres vezes e renasceu....

Sobre isto podemos pensar que em nossas vidas, sempre é tempo de renascer e mudarmos, nos reciclarmos e assim enfrentarmos novos desafios....Dando uma nova chance a vida...tal qual uma Fenix chamada Elvis.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Perto do Coração

Eis que um dia me peguei preparando uma determinada refeição na cozinha e a cada fase do preparo eu me sentia tão bem. Fiz um almoço simples mas majestoso no "quesito" satisfação...A qual foi acompanhado por um bom vinho tinto.
Tal situação, sempre me fez pensar no que poderiamos chamar de "fazer com o coração"...
Acho que a humanidade anda muito automática...é claro que não temos como evitar atos automáticos que sequer passam pelo consciente...
Em nosso carro, dirigimos em plena cidade, mas uma parte de nós, não raramente, nem sequer está ali...
Está em outro lugar, em outro tempo, em outro plano de realidade...Pensando e até imaginando atos que não foram realizados ou ainda se lamuriando de coisas já feitas e revivendo a cena ("on and on"....adoro esta expressão em inglês..que é o sentido de repetição: de novo e de novo...rs ) quase como uma "punição" auto imposta, por ter feito determinado ato ou falado algo indesejado..Enfim..não estamos mais lá...só a mente.
Realizamos coisas diariamente, exercemos nossos oficios, nossas rotinas e sequer pensamos no prazer de realiza-las ou avalia-las...
Acho que perdemos um pouco do caminho que leva ao coração...
Eu me submeto a minha "mea culpa"...quantas vezes realizo coisas que poderiam ser feitas com um mínimo de gosto e empenho...
Claro que sei nem sempre podemos agir tão emocionalmente com as coisas que fazemos...Rotinas tem que ser feitas...e nem sempre questionadas ou sentidas..apenas feitas...invariavelmente feitas...
E daí nao caberia se tornar um "idiota" emocional a ficar curtindo afazeres domésticos de cada "lascinante " rotina...
Sim...Rotina também dói...mas faz parte de nossos "tijolos" de integridade como indivíduos...pessoas sem um mínimo de rotinas são barcos a deriva que rolam no mar do inesperado...
Não há porto sem um mínimo de rotinas...apenas uma nau de loucura que, a qualquer momento, toma uma posição inesperada...
Mas em contrapartida, devemos aprender a valorizar pequenos atos...valorizar grandes feitos...e nossos feitos que nos tornam individuos..como por exemplo: um bom jantar, uma tarefa de nosso serviço, nossa profissão, nossas coisas enfim...
Ter nossa identidade mental...e agir com o coração.
Lembro sempre..quando se fala em agir com o coração e o amor de se fazer bem feito, além de aprender a valorizar cada ofício de cada ser humano, de uma canção linda da banda Canadense RUSH...A canção é a "CLOSER TO THE HEART"...uma pérola artística tanto sonora quanto na letra que é uma lição de amor sobre exatamente isto...As coisas devem estar mais perto do
coração.
Esta música está contida num dos discos mais emblemáticos do Rush: "A Farewell to Kings" de 1977. Aliás, discaço! Geddy Lee ainda exerce aqueles vocais rasgados (inspirados em Robert Plant na fase aurea do Led) bem como se vê uma banda sem aquele hipnotismo pelos teclados mas presentes de maneira sublime (o som do teclado moog são marcantes na identidade da banda). Enfim um disco semi-conceitual, com letras bem sacadas e de grandes sagas ( basta escutar a épica "Xanadu"e o conto de ficção-científica Cignus -X1...É, o Rock as vezes proporciona estas fábulas), afinal era os anos 70, banda jovial e furiosa...com um pé no progressive Rock sem ser "pasteurizado" e monótono mas com outro pisando o acelerador do Hard Rock. Vale a pena conhecer este album. Clássico e fundamental. Mas no momento, eis abaixo a grande música em tela...

Closer To The Heart Mais Próximo do Coração

And the men who hold high - E aqueles que ocupam altos cargos
Must be the ones who start -Devem ser os que devem começar
to mold a new reality - A moldar uma nova realidade
Closer to the Heart - Mais próxima do coração

The Blacksmith and the Artist- O ferreiro e o artista
Reflected in their art- Refletidos em sua arte
They forge their creativity - Forjam sua criatividade
Closer to the Heart - Mais próxima do coração

Philosophers and Plowmen - Os filósofos e os agricultores
Each must know his part - Cada um deve fazer a sua parte
To sow a new mentallity - Para semearmos uma nova mentalidade
Closer to the Heart - Mais próxima do coração

You can be the Captian - Você pode ser o capitão
And i will draw the chart- E eu traçarei o mapa

Sailing into destiny - Para velejarmos a um destino
Closer to the Heart - Mais próximo do coração