domingo, 8 de agosto de 2010

Magia Cigana - Parte I


A magia, em toda sua completude, não é mais complexa do que se viver com intensidade...
Assim, para se entender a magia deve se pensar que o cérebro é programado para obedecer sempre comandos repetitivos...E estes comandos repetitivos em magia são o que chamamos de rituais.
Rituais são passos pré-ordenados de procedimentos a fim de que o cérebro acesse, entre num estado, onde as ondas cerebrais mudam sua freqüência...entra-se num estado alterado de percepção...as chamadas ondas Alfa do cérebro...
Na verdade, tem a ver com o relaxamento e despreendimentos de amarras psíquicas que nos fazem ver o mundo como o que nossos sentidos vêem...E a real percepção do mundo pode ir muito mais além do que nossos cinco sentidos do corpo físico pode nos proporcionar.
Não precisamos de drogas para se alcançar estados alterados, embora muitas pessoas ache e faça o uso de substâncias alucinógenas e químicas para se chegar a um estado alterado de consciência, nem sempre corresponde a um estado “mágico” mas apenas estado de desordem cerebral que intoxicado ao invés de “abrir as portas da percepção” ela as fechas. As drogas, além de alterar o estado mental e de ondas cerebrais, muitas vezes entorpecem a mente e se anda no limite da loucura...Neste estado não se manipula forças do inconsciente..ao invés se é tragado para um estado caótico e descontrolado...Quem quer utilizar a magia, ao contrário, quer dominar as forças e colocá-la a seu comando e a seu entendimento...
Não há como deixar de mencionar Carlos Castaneda que em seu livro "The Teachings of Don Juan" de 1968(Os Ensinamentos de Don Juan) que no Brasil ganhou o título “apelativo” de “A Erva do Diabo”, onde o próprio autor (seguindo-se por toda obra de Castañeda) que a principio, por intermédio de seu mestre, o índio Yaqui, Don Juan, fez uso de substâncias alucinógenas para abrir portas da percepção e acessar estes estados alterados da mente, a fim de entrar em contato com seu “espírito aliado” e perceber novas realidades. Posteriormente, admitiu que na verdade seu uso até prejudicou em sua empreitada, pois percebeu que poderia ter evoluído melhor no campo de sua jornada sem fazer uso de plantas psicoativas.


O seu mestre justificou que no caso de Carlos, apenas fez uso de tais substâncias em função do temperamento “turrão” e rígido do autor, visto que o mesmo, por ser antropólogo e racionalista, não conseguia “quebrar as amarras" de sua percepção tradicional ditadas pelos seus cinco sentidos.
Na verdade, podemos dizer que um Mago é Senhor de seu destino. É Senhor porque é capaz de dominar estas forças naturais.... E não um escravo...Substâncias psicoativas escravizam e apenas enganam seu usuário..não há lucidez mas apenas entorpecimento doentio dos sentidos e da percepção.
A Magia está presente em vários momentos divinos e as vezes até muito simples... A culinária, por exemplo, pode ser um ato mágico se utilizado como ritual – basta lembrar das antigas bruxas (hoje chamada de mágia Wicca) e seus calderões burbulhantes, as suas receitas a base de temperos simples de cozinha que eram utilizados como ingrediente mágicos pra determinados rituais ( ingredientes como, por exemplo, manjericão, loro, etc).
Operar a magia com rituais, torna-nos aptos a colocar nossa força mental em conjunto em sintonia com a força do Cosmo que vibra a nosso favor.
No mundo dos ciganos, devido a sua proximidade com as forças da natureza (o céu, a lua, estrelas e as coisas da terra), o amor e sua força indomável de determinação, formulou-se (em tempos imemoriais) vários rituais e métodos divinatórios, às vezes adaptados de outros povos e trazidos para seu arcabouço cultural em função do caráter nômade deste povo, onde as culturas, hábitos das localidades por onde os ciganos passavam iam sendo incorporados a seus hábitos e a sua cultura, incluindo preceitos místicos e mágicos.
E tais preceitos assimilados avançaram na linha do tempo através da tradição oral e chegaram aos nosso dias..em forma de tradição cigana!
A magia cigana é forte por ser livre e se valer da força da natureza e sempre visando o bem estar, nunca o mal.
Os métodos ditos “clássicos” divinatórios como Tarô (leitura de cartas ciganas), leitura de mãos, foram assimilados num passado onde sua origem exata se perdeu, mas os ciganos trazem até hoje este conhecimento e sua técnica, passada de geração em geração.
No mundo da espiritualidade os ciganos também tem seu lugar dentro das classes de atuação na prática do bem, seja na umbanda, nas linhas do oriente, seja nas linhas esotéricas.
A verdadeira magia, pressupõe liberdade do espírito, liberdade no pensar e no vibrar. Os rituais apenas servem para viabilizar este vibrado e potencializar algo que já temos, a força do pensamento através da fé e a abertura da percepções para outros plans e frequencias de existências (Jesus Cristo já dizia: "Minha casa tem muitas moradas...").
A partir deste post, periodicamente estarei postando rituais e magias que foram popularizadas entre os ciganos. Mas achei que se fazia necessário pelo menos dar uma pequena e simplória introdução sobre este tema através de um enfoque menos “folcloresco, mas ao invés, modestamente dizer sobre a magia, seus preceitos, origens, rituais, etc.

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