sábado, 19 de março de 2011

Móbile do Céu


Quantas vezes vi a lua...

O céu límpido ostentando o brilho das estrelas,
tal qual lágrimas da deusa noturna...
Cortando a abóbada vislumbra-se a espinha dorsal da noite
trilha de leite jorrado do seio que alimentou um semi-deus
E a lua... tão pragmática...tão enigmática
fonte inesgotável de fascínio e companhia de poetas, testemunha
de amores e desatinos


O brilho da lua escorrega pelo espelho dos mares crespos ereflete o banho noturno de Iara na lagoa,
ao pé da cachoeira...
Pingos de lua em cada poça..em cada olhar que ousou ver a noite;
O traçado perolado que percorre o breu
a mim transmite um frio cortante
mesmo em noites quentes...


Dama fria com seu vestido reluzente
A espera será inútil e infundada?

Baila para mim, pálida, sob o som de
meu violão
Será que nada sentes?
A rainha então
com suas aias luminosas se retiram
ao final daquele baile noturno
Delirio insone que só as noites de lua cheia
erótico e soturno
se impõem sobre Morfeu


A fogueira já apagou,
E o céu desbota cada vez mais
Com o brilho do menino solar
Anunciando que a velha idosa
prateada faleceu...

Bom, pelo menos...até a próxima noite
que de volta como menina
a bailar pelo chão de
estrelas faceiras...dependurada
a lua a brilhar
no móbile do céu

Nenhum comentário:

Postar um comentário